quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Desgraça pouca é bobagem

Saiu de casa apressada, já estava atrasada para o trabalho e corria pela sala em direção à porta calçando o sapato. Ao fechar a porta de casa, reparou que tinha deixado a chave do lado de dentro, mas como estava atrasada deixou para resolver este problema mais tarde. Coitada! Ma sabia ela, que o dia estava apenas começando... Entrou na garagem, pegou o carro e saiu pelas ruas dirigindo como se fosse “tirar o pai da forca”, estava atrasada. Bastaram poucos quilômetros e o carro começou a enguiçar, dava uns trancos, mas de repente parou. Ela olhou para o medidor de combustível, e viu o que não queria enxergar, o combustível simplesmente tinha acabado. Procurando se controlar, permanecer calma e não sucumbir a um acesso de fúria, ela decidiu pegar o celular e ligar para o noivo. Sem sucesso! Nessas horas parece que ninguém está disponível e nada funciona. Como ele não atendia a ligação, ela decidiu parar o carro no acostamento e procurar ajuda no posto mais próximo. Talvez, com muita sorte haveria uma ali pertinho para comprar combustível. Só o que ela não imaginava, é que o posto mais próximo ficava a pelo menos três quilômetros de distância. Toda arrumada, com seu tailleur da PRADA, ela caminhou por alguns minutos recitando internamente um mantra, tentando se convencer que tudo daria certo e que conseguiria chegar a tempo na reunião de trabalho marcada para as 9 horas. Quando avistou o posto, depois de já ter caminhado por quase uma hora, suando em bicas e com os cabelos desarrumados, tentando esboçar um sorriso de contentamento e achando que seus problemas estavam solucionados. Eis que surge um buraco no caminho, a pobre que já estava pra lá de Marrakesh se estatelou no chão, ao tentar se levantar viu que o salto de seu sapato AREZZO estava quebrado. Era o fim, pensou ela. Levantou-se rápido, sacudiu a poeira de seu ‘conjuntinho’, arrancou os sapatos e os jogou longe. Depois saiu correndo em direção ao posto e chegando lá implorou ao frentista que lhe vende-se o mais rápido possível um galão de combustível. Agora, já com a gasolina em mãos, fez o caminho de volta, a distância já não parecia tão grande, porém, cansada e à beira de um ataque de nervos, só pensava em chegar logo ao automóvel. Resolvido o problema com o combustível, tentou seguir viagem, rezando para que nada mais catastrófico acontecesse. Depois de alguns minutos, conseguiu enfim, chegar ao destino. Ao entrar no prédio da empresa, olhou o relógio e percebeu que ainda lhe restava dez minutos, o suficiente para chegar até a sala de reunião. Tomou o elevador e tentando melhorar o visual, segurava em uma das mãos um espelho e na outra uma escova, na tentativa de ajeitar os cabelos e secar o suor que lhe escorria pelo rosto e pelas costas. Ao mesmo tempo, que ligava para a amiga da sala ao lado, pedindo um par de sapatos emprestado. Faltando dois andares para chegar ao escritório, já aliviada e mais tranquila, respirou fundo e pensou que tudo iria dar certo. Afinal, nada mais podia dar errado. Bastaram alguns segundos de paz e, de repente, as luzes se apagaram. Pronto! Ela pensou, vou ficar trancada nesse elevador, sozinha e sabe Deus quando sairei daqui. Era o fim! Estava presa num elevador, sem sapatos, descabelada e atrasada. Mas, para sua sorte, se assim se pode chamar, o elevador voltou a funcionar e ela conseguiu chegar ao seu destino, o escritório. Mas que depressa correu em direção a sala de reunião abriu a porta num rompante e para sua surpresa, a sala estava vazia, não tinha nenhum sinal que ali haveria uma reunião de trabalho. Ela atônita se dirigiu a amiga de sala e perguntou: Onde estão todas as pessoas que vão participar da reunião? A amiga respondeu: Mas que reunião? A que está marcada para amanhã, às 9 horas, para a apresentação do seu projeto aos clientes? Ela não acreditava no que estava ouvindo, as palavras da amiga chegavam aos seus ouvidos, como o som de um disco tocado em baixa rotação. Não, eu não posso acreditar, depois de tudo que passei hoje. Sem compreender ao certo o que tinha acontecido, resolveu voltar para casa. No meio do caminho a lembrança da porta trancada com as chaves pelo lado de dentro veio a sua mente. Ah! Isso agora era apenas um simples detalhe, afinal, desgraça pouca é bobagem.

*Esta história foi baseada em um e-mail que recebi de Evelin Agria...lembra? AREZZO.

3 comentários:

  1. Ora, todos sabem que o diabo veste Prada. Então, se ela estava com o diabo no corpo, queria o quê?

    Pimentel

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  2. Coitada dela! Perto dessa moça, a cidadã do email é uma sortuda, isso sim hahahaha

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