segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Prisioneiros

Por Ana Borges
Será que algum dia alguém pensou que chegaríamos ao ponto de sermos meros apertadores de botões? Pois é, em pleno século 21, a sociedade se vê refém da tecnologia. Ela está presente no nosso dia-a-dia. Em cada passo que damos, em cada gesto, em cada dificuldade enfrentada, lá está ela, “a tecnologia” encarnada em computadores, laptops, celulares, eletrodomésticos, câmeras fotográficas, filmadoras, entre tantos outros aparelhos. Eu me pergunto: será que as pessoas já pararam para pensar que há algumas décadas vivíamos e sobrevivíamos sem este aparato todo? É claro que sim. Mas, como tudo que é novidade causa curiosidade, o avanço da tecnologia também nos deixou curiosos. Mas, como tudo na vida, tem dois lados. Pesando os prós e contras, a balança costuma pender para um dos lados, dependendo do grau de “envolvimento”. Se num primeiro momento ficamos eufóricos com as descobertas que essa tal de tecnologia podia nos proporcionar, num segundo ela nos aprisionou, nos fazendo reféns e escravos, no nosso mundo computadorizado. Adultos, idosos, crianças, adolescentes, todos fomos picados por esse bichinho. No final da década de 70, começo de 80, se ouvia falar que a máquina substituiria o homem. Hoje, se tem a certeza que ela não substituiu o homem, mas o aprisionou.

Meu velho amigo Guarany

Por Ana Borges
Quantas são tuas histórias, tuas lembranças e tuas glórias.
Foste palco da História do Brasil, da República, da Abolição e até da música.
Foste solo sagrado para artistas, abolicionistas e políticos em momentos profícuos.
Mas um dia, meu velho, as labaredas contigo acabaram.
E na memória as lembranças restaram
Daquela época que no passado ficou.
Hoje, te vendo revigorado com os alicerces reforçados e recém-inaugurado,
Voltas a brilhar, todo iluminado
Aguardando que no teu solo sagrado,
Um espetáculo novo e esperado Acorde do sonho forçado o velho amigo adormecido.

Mãos dadas

Por Ana Borges
A mão que seguro parece para mim uma fortaleza. Ela me transmite segurança, paz e serenidade e me faz sentir que posso trilhar o caminho sem medo. A mão amiga que toco agora, me faz lembrar do acalento que recebi em momentos difíceis e também os cumprimentos pelas minhas vitórias e sonhos alcançados.
Essa mão que seguro me faz lembrar da minha infância, quando caminhava pelas ruas segurando a mão de minha mãe. Essa mão que na hora do medo e da angústia me trazia de volta ao caminho, ao prumo.
É interessante como as mãos nos dizem tanto. Elas que dão carinho, corrigem, alertam e apontam o caminho e nos mostram opções diferentes daquilo que conhecemos. As mãos que enxugam lágrimas e que abençoam, que acenam na hora da partida e se entrelaçam na hora da chegada. Mãos que se unem na hora da oração e se levantam na hora do agradecimento.
Mãos como essas que agora escrevem essas palavras, quem sabe sem sentido ou expressando sentimentos e emoções outrora já vividos.

Cadê a banana?

Por Ana Borges
O barulho não era desconhecido. Abri a porta, joguei a mochila no sofá, fui correndo para a cozinha. Lá estava ele a triturar aquelas pobres e macias frutas. Ela jogava açucar, leite e aveia e o barulho aumentava, ficava ensurdecedor.
Eu recostada no canto da parede só observando o movimento, esperei a hora de entrar em cena. De repente o barulho cessou, o botão desapertado, a tomada desligada, as hélices silenciaram. Ela já estava pronta, a bebida que saciaria a minha fome.
Mamãe olhou para trás e percebeu a minha presença, pegou o copo, encheu-o e veio em minha direção. Num movimento súbito dei o primeiro gole, olhei para ela desapontada. A vitamina que todos os dias preparava para mim, não tinha a minha fruta preferida, a banana.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Festival da Cultura Nordestina"Cubatão Danado de Bom"

O primeiro festival da cultura nordestina de Cubatão foi realizado de 4 a 7 de novembro, no Kartódromo Municipal. O evento ofereceu mais de 25 horas de apresentações musicais ressaltando as raízes nordestinas. Os mais diferentes ritmos como o forró, maracatu e o baião embalaram as tardes e noites das mais de 50 mil pessoas que passaram pelo local nos quatro dias do evento.
O Festival reuniu artistas de diferentes estados daquela região do país, tornando Cubatão a cidade mais noredestina fora do Nordeste. A festa contou com shows de artistas de destaque no cenário nacional como Banda Cheiro de Amor, Elba Ramalho, Alceu Valença e Banda Calypso que agitaram as noites e durante o dia, o público pôde acompanhar apresentações artísticas de grupos e cantores da região e de outras cidades e aproveitar os pratos típicos nos restaurantes e lanchonetes nordestinos.
Texto: Morgana Monteiro