quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Laços

São cor-de-rosa e prendem os cabelos,
Podem ser encontrados ornando a cintura de um vestido,
Enfeitando uma caixa de presente,
Nas orelhas, em forma de brinco,
No pescoço, como pingente em um colar,
Dando um charme especial num sapato,
Ou, simplesmente, selando um verdadeira amizade.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O fim...

Parecia firme
Só parecia
As chuvas castigavam
O solo irregular dava sinais que não aguentaria
Veio a noite e a escuridão assolou o lugar
Quando amanheceu
Não restava mais nada
Pessoas, animais e objetos
Simplesmente desapareceram
Parecia firme
Só parecia...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Simplicidade

A palavra certa na hora do desespero; A mão estendida para ajudar a levantar; O ombro amigo para abrigar o choro; O aperto de mão transmitindo fortaleza; O olhar de gratidão; O abraço de um amigo; O colo da mãe; O afago do pai; O beijo do amado(a); A presença da filha(o); A companhia do animal de estimação; O vento no cabelo; O cheiro de pipoca doce; O gosto do sorvete de flocos... Coisas que me fazem feliz!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mudanças

Fico pensando... Porque as pessoas mudam? Mudam a cor do cabelo, de casa, o estilo de vestir, de agir, de falar e até de pensar. Mudam com o tempo, com o sofrimento, com as alegrias e até com as vitórias. Mudam o jeito de pentear os cabelos, a cor do esmalte, a cor do jeans e até o tamanho da saia. Mudam de emprego, de escrita, e até os trejeitos. Mudam o olhar, o sentimento, e até o tom da voz. Mudam de dentro pra fora e de fora pra dentro. Talvez porque viver é uma constante mudança.

Sem lembranças...

Parecia ter nascido assim, amargo por dentro e por fora. Não era porque tinha nascido pobre e sem nenhuma oportunidade na vida. Era mais que isso, mais profundo, estava na mente, no coração e nas entranhas. Mesmo assim ele conseguiu estudar, se formar e trabalhar num escritório de contabilidade, era contador e dos bons. Não tinha amigos e não fazia questão de tê-los. Apenas desempenhava suas funções e era só. Todo dia acordava de cara amarrada, de mau humor, como se tivesse uma nuvem negra em cima de sua cabeça. Mal sentava para tomar café, pegava sua mala e saia pela porta como se fosse aquele o último dia de sua vida. Andava pelas ruas sem notar e sem ser notado. Atravessava as avenidas sem se importar com os carros que vinham em sua direção. Parecia estar além do bem e do mal, da vida e da morte. Quando encontrava alguém conhecido, não se dava ao trabalho de ser gentil ou simpático. Olhava para a pessoa como se não a enxergasse. Vivia assim, alheio a tudo e a todos. Mas como diz o ditado: “Um dia é da caça e outro do caçador”. Numa manhã acordou sentindo-se diferente, fora do prumo. Fez o mesmo ritual de todos os dias e saiu apressado. Nesse dia algo aconteceu, andando pela calçada ele sentiu um mal estar profundo, como se uma faca lhe fora fincada no peito. Parou, olhou à sua volta, e por um breve momento conseguiu fitar as pessoas que freneticamente se moviam de um lado para outro. Era algo inusitado e até assustador para um homem como ele, que fazia questão de viver sozinho, sem amigos, sem história, sem amor. Tão assustador que por alguns momentos o fizeram enxergar as pessoas e o movimento da Cidade, coisa que nunca tinha feito antes. Foram segundos sentindo aquele gosto na boca, amargo e repugnante. Gosto de quem nunca provou algo doce, como um abraço, um bate-papo, um chopp com amigos no final da tarde. Aos poucos as forças foram se esvaindo, as pernas não conseguiam agüentar o peso do corpo, ele foi caindo em câmera lenta e nesse instante a sua vida pobre, sem aventura, sem amor e sem emoções foi passando como um filme em sua cabeça. Na memória, simplesmente nada. Caído ao chão foi sentindo a respiração ficar mais lenta, o ar já não chegava a seus pulmões, ele sentiu que pouco tempo de vida lhe restara e por alguns minutos sentiu medo. Medo da solidão, de não ter uma mão para segurar nesse momento tão difícil. Foi ai que olhou à sua volta e viu que do mesmo modo que ele não se importara com as pessoas a sua vida inteira, assim também, elas não se importavam com ele caído ao chão, tendo a sua vida por um fio. Foi nesse instante que se deu conta do vazio que foi a sua existência. E, na sua mente a pergunta não queria calar: Quem se lembraria dele? A resposta era óbvia, restaria apenas uma mesa vazia, num escritório de contabilidade, sem retratos, sem história e sem memórias. Contudo já era tarde, ele não podia fazer mais nada e a essa altura também não o queria fazer. Se resignou a morrer ali, sozinho, sem lembranças e sem ser lembrado por ninguém.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tristeza

O passo mantinha o ritmo, descia as escadas num único compasso, cada degrau, a sensação de estar mais longe. De repente o passo ficou mais lento, o ritmo mais espassado. Já não era possível ouvir o barulho dos passos na escada. Corri para ver o que tinha acontecido. A minha frente o som da porta batendo. Ela simplesmente desapareceu. A tristeza, enfim, foi embora.

Gente

Gente que ri, gente que chora, gente que vive, gente que implora, gente que trabalha, gente que explora, gente que ri, gente que chora, gente que fala, gente que ouve, gente que pede, gente que dá, gente que sonha, gente à toa, gente que ri, gente que chora.

Inquietude

O silêncio é um barulho inquietante dentro de mim. Dentro dele procuro ouvir meus pensamentos. Não consigo. Um turbilhão de emoções invade a minha cabeça. Tento me concentrar, sem sucesso. Fecho os olhos, ouço o som da minha respiração e, volto a dormir.