sexta-feira, 18 de março de 2011

Nego

Nego-me terminantemente
A sair dessa redoma
Dessa bolha transparente
Que veda a minha alma
Do que vem pela frente.
Nego-me terminantemente
A não ter mais segurança
A sentir desesperança
A viver na mendicância
Por um pouco de esperança.
Nego-me terminantemente
A romper com os meus medos
A contar os seus segredos
A falar dos meus desejos
A olhar-me no espelho.
Nego-me.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Voo

Vai... bate as asas...
Sai desse casulo eterno
Se liberta desse redemoinho
Estranho e minúsculo
Olha para o infinito, ele é seu limite.
Não se prenda ao medo e a tristeza
Quebra as correntes que te aprisionam
Sê livre, voa como uma borboleta
Sem destino certo
Que vê o mundo com suas lentes de aumento.
Pinta a tela da vida
Com todas as cores do arco-íris
Com todas as rosas do jardim
Com todos os sons do universo
Para que a tua existência
Não passe despercebida.

Outrora

Sabe aquele aperto que a gente sente no peito
Sem saber o porquê e nem o motivo
Pois é...isso se chama saudade.
Foi assim que acordei hoje, me sentindo estranha, saudosista e
lembrando situações que vivi
durante a minha vida.
Recordei uma vez, que quando criança,
passeava de bicicleta pela rua onde morava,
com uma saia de ráfia na cabeça imitando cabelos longos,
coisa que na época sonhava em ter.
Lembrei também que costumava brincar de queimada com meus vizinhos,
Com aquela bola feita de tecido pela minha mãe,
era pura diversão...risos.
Do dia em que ganhei minha primeira bicicleta Caloi,
que por triste coincidência, foi também o dia que perdi meu cachorrinho John, atropelado por um ônibus.
Da hora do papai chegar do trabalho, trazendo na bolsa lanches, que para nós, eram verdadeiros banquetes,
Das conversas com amigos em frente de casa, falando trivialidades,
fazendo planos para o futuro e se sentindo os donos do mundo,
Ah! Quanta saudade desse tempo,
onde não havia preocupações e a vida era bem mais simples.