“Cubatão foi à única cidade da Baixada Santista a comemorar o Dia Nacional do Escritor”, disse a secretária de Cultura e Turismo, Patrícia Campinas, na abertura da palestra da escritora e poetisa Madô Martins, na Biblioteca Municipal, na noite do dia 21.
A escritora veio à Cubatão para falar sobre a arte de escrever e autografar o seu mais novo trabalho “Voo de Borboleta”. Madô falou sobre sua infância e a influência do pai no início de sua vida como escritora. “Em casa sempre fui incentivada a ler. Quando era criança meu pai contava histórias de Monteiro Lobato. Hoje, quando leio alguma coisa do autor a voz do meu pai me vem à memória”, conta emocionada.
A poesia, Madô só descobriu na adolescência, lendo Vinícius e Drummond, “estes poetas são minha inspiração”, revela. A escritora falou de sua obra (contos, crônicas, poesias, literatura infantil, ficção científica e o haikai), suas inspirações, a luta pelo reconhecimento do escritor como profissão e a alegria de ter seu trabalho elogiado pelo público que aprecia a sua obra.
A inspiração para escrever, segundo ela, vem da água, da leitura de um bom livro, de perfumes e também do cheiro de goiabada. Madô conta que quando criança, sua mãe preparava o seu lanche para ser levado para a escola e colocava sempre quitutes elaborados e saudáveis, mas o que ela gostava mesmo era de pão com goiabada ou com ovo frito. “Quando eu chegava à escola ia logo trocando o meu lanche com o das minhas amigas, por pão com goiabada, é claro!”, risos.
A escritora se despediu do encontro distribuindo autógrafos e citando o escritor Pablo Neruda. “Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca ideias”.
Abrilhantando a noite, o Grupo Poetas Vivos apresentou Madô em verso e prosa, mesclando interpretações e números musicais com Jaíra Presa, Regina Alonso, Rosângela Garcia, Romualdo Simões e Rogério Dias. A cantora Sol Martines e o músico Arcas. O grupo fez um passeio pela MPB, interpretando sucessos de Tetê Espíndola, Ana Carolina, Elis Regina, entre outros.
Madô é poetisa, contista e também cronista colaboradora de A Tribuna, desde 2000, onde está prestes a completar 500 crônicas divulgadas naquele diário, sempre aos domingos, no caderno Galeria. Sua mais recente obra, Voo de Borboleta reúne 50 crônicas, escritas entre 2000 e 2003, em publicação da Editora Universitária Leopoldianum, da Unisantos.
A escritora tem outros sete livros publicados, prêmios literários de todo o Brasil e alguns de Portugal, além de prosa e de poesia impressos em mais de 60 publicações nacionais e portuguesas. Também realiza oficinas de literatura e participa como jurada de concursos literários. Jornalista por formação, da turma de 1971, da Universidade Católica de Santos – Unisantos, Madô trabalhou nos jornais Cidade de Santos, A Tribuna, O Estado de São Paulo, entre outros.
O Grupo Poeta Vivos promove o acesso à poesia por meio de performances, mesclando interpretação e números musicais. O Grupo traz no currículo 28 montagens levadas a público em apresentações em Cubatão, Guarujá, Mogi das Cruzes, São Vicente e diversos locais em Santos.