"Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre." Clarice Lispector
sábado, 24 de outubro de 2009
Violência globalizada
Morro de medo de pensar que milhares de cidadãos têm de conviver com tiroteios, balas perdidas e constante sentimento de insegurança. Morro de medo de sair de casa depois das 11h, sabendo que corro o risco de ser atacada e violentada. Morro de medo de dirigir meu carro pelas ruas da cidade e ser roubada, sequestrada ou morta por marginais ou “crianças” empunhando armas. Morro de medo de deixar meu filho na escola e de repente um coleguinha, num acesso de fúria ou mesmo de curiosidade, saque um revólver e atire nele sem motivo aparente.
Morro de medo do pai que diz para o filho que apanhou do amigo na escola para que volte e dê o troco. Morro de medo de estar num ponto de ônibus e de repente ser atropelada por um carro desgovernado, guiado por um motorista bêbado. Morro de medo de ir ao banco sacar dinheiro do caixa eletrônico e ter meu cartão clonado. Morro de medo dos políticos que tentam extinguir os direitos por mim conquistados.
Em certo momento, chego a acreditar que a violência provocou nas pessoas certa paranoia e até mesmo descrença nas relações sociais. O ser humano está a cada dia com mais medo de sentir medo. O importante é não deixarmos de sentir indignação com a violência globalizada e não nos entregarmos à apatia. E, como bem disse o educador Ubiratan D'Ambrósio, da Universidade de Campinas (Unicamp), “estamos gastando muita energia, econômica e emocional, para nos defendermos de um inimigo que talvez nem exista".
Será?
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