quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Sou ouro, prata e bronze

Há dias que pareço como o ouro. Estou reluzente, querendo ser vista, como uma modelo desfilando na passarela. Outros me comparo à prata, que mesmo brilhante já não chama tanta atenção. E, em outros, sou como o bronze, opaca, querendo ser lustrada, como uma mulher que necessita de elogios e atenção.

Perdoe-me

Perdoe-me por reagir de maneira abrupta ao que você fala. É que às vezes os meus hormônios estão à beira da loucura, um querendo consumir o outro.
Perdoe-me se não enxergo em você a pessoa que realmente é. Estou exausta e não consigo deixar de pensar em mim e no que me aborrece.
Perdoe-me se não ouço o que me diz. Fico correndo de um lado para o outro, procurando organizar as coisas e meus pensamentos.
Perdoe-me se não tenho tempo para te dar a devida atenção. As horas para mim parecem minutos e o dia parece só ter doze horas.
Perdoe-me. Estou tentando mudar, te conhecer e me conhecer. Estou à procura da verdadeira sabedoria, daqueles que enxergam que nada pode ser mudado, sem que alguém dê o primeiro passo.

Sonho de uma mulher que quer ser lembrada por suas poesias e pensamentos, mesmo sendo eles anônimos e frageis.

" Eu queria ter o poder de eternizar as palavras que escrevi e as que ainda hei de escrever".

Ana Borges

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Um Segundo

Um segundo pode valer mais que toda uma vida
Para olhar olho no olho
Para dar um belo sorriso
Para abraçar a quem se ama
Para deixar escorrer uma lágrima de contentamento
Para dizer uma palavra mágica
Para imortalizar um momento
Para rir até doer a barriga
Para lavar a alma com um choro transformador
Para dar um beijo
Para sentir-se feliz em estar vivo
Para perdoar 
E não passar a vida contemplando o universo, mas experimentando-o.

Estrelar

Esta noite contemplei a constelação que existe dentro de mim.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Acelerado

Acelerado
Bombeando todas as emoções
Num reflexo desenfreado
Colidindo com bolhas de sabão
Surfando em altas marés
Pulando de trampolins     
Mudando o curso das águas
Ziguezagueando entre os abismos
Coletando fragmentos de orvalhos
Num instante furacão
No outro moribundo
Pensando sem falar
Falando sem pensar
Destruindo ilusões

Rodeado de utopias.

terça-feira, 12 de março de 2013

Chaminé



Eram frases desconectas proferidas pelo narrador
Na ânsia de desvendar o que tinha acontecido
Frase a frase o mistério ia sendo revelado
As pessoas ouviam estupefatas
Não entendiam direito como aquilo havia acontecido
Pareciam não acreditar ou fingiam não entender
Ainda assim, se mantinham imóveis diante de tal situação
Queriam saber o desfecho, o que realmente tinha ocorrido
Sem demora, o narrador se enveredou pelas artimanhas do caso
Foi descrevendo devagar e pausadamente cada cena e detalhe
Demonstrando conhecimento
Sem perder mais tempo, foi direto ao ponto
O gato simplesmente entrou na chaminé da casa do vizinho e ficou preso
Os bombeiros foram chamados e iniciaram o resgate
Foi difícil tirar o bichano de lá, estressado e assustado o pequeno deu muito trabalho
Depois de quase duas horas, o felino foi salvo, estava tonto e cheio de foligem
O caso, enfim, estava resolvido.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sem explicação


Era apenas uma canção antiga. Mas a melodia ecoava em meus ouvidos como o tilintar das cordas do violão. Cada sílaba, palavra e verso eram como uma brisa quietante. O compasso marcado das notas enchia o meu coração de uma súbita paz. Cada palavra proferida soava como mel em meus ouvidos. Meu corpo sentia o toque, a melodia, a letra da música. Talvez, porque minha alma clamasse por versos e meu coração desejasse ouvi-los. Não sei explicar, só consegui senti-las...ali sentada na varanda.