segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Fantasmas da madrugada

Era tarde, caminhava pela calçada a passos largos, olhava para trás o tempo todo, para ter certeza que não estava sendo seguida. Tinha medo de ser surpreendida por algum estranho, já ouvira falar de ataques por aqueles lados. Apesar disso, por mais rápido que andasse, O destino parecia ficar cada vez mais longe. Chegando na esquina de um cruzamento, olhou para os dois lados, ia atravessar a rua, mas de repente, um carro saido sabe-se lá de onde, cruzou o caminho levando consigo, o pouco do ar que ainda lhe restava nos pulmões. Tinha a impressão de ter parado de respirar por alguns segundos... foi apenas um susto. Afinal, naquela rua não se via uma alma viva… fazia tempo. Olhou no relógio e se deu conta que já passava das três da manhã, apertou o passo, queria chegar logo em casa. Faltando pouco mais de um quilômetro para terminar, aquela que parecia, uma maratona e não uma simples caminhada, colocou a mão na bolsa a procura da chave de casa. Não queria perder tempo para abrir a porta, afinal, a rua estava deserta. Procurou infinitamente, vasculhando todos os bolsos e ziperes existentes em sua bolsa, numa ânsia desesperada…nada encontrou. Apenas um minuto se passara, entre a procura da chave e a lembrança do barzinho, onde há algumas horas bebia com amigos. Sabia que tinha estado no toalette e aberto a bolsa para retocar o batom. Podia a chave ter caído ao chão sem que ela percebesse? Esse era o seu medo e seu pesadelo. Desistiu de procurar, tinha que voltar ao barzinho, refazer todo o trajeto, mergulhar na escuridão e no silêncio da madrugada... exorcizando seus fantasmas.

2 comentários:

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  2. Belo texto,escrito com a tua competência de boa escritora de sempre. Sempre admirei o teu talento e a facilidade que tens para escrever e escrever bem.Sonho ter em mãos um dia um livro de ficção de tua autoria,acredito piamente que ainda serás uma das autoras mais lidas e famosas de nosso país,se a isso tu te propuseres a ser.Abraços poéticos.

    PS: É isso de esquecer coisas como chaves e óculos pelos lugares que ando é um mal bem parecido com aquele que atormentou no texto a tua personagem...ôoooo mal danado,esquecer coisas que nos são importantes no meio do caminho,já perdi alguns óculos com isso...rsrsr...

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